O assassinato do advogado Hur-Carlos Santos França traz mais uma reviravolta. Acontece que prints de conversas atribuídas a ex-mulher do jurista dão conta de que ela teria mentido que Hur-Carlos a ameaçava e agredia.

O jurista foi morto na noite deste domingo (21) em Arenápolis (239 Km de Cuiabá) com pelo menos 8 tiros, numa rua em frente à sua casa. Nesta segunda-feira (22), o delegado da Delegacia de Arenápolis, Hugo Abdon, instaurou um inquérito para apurar o assassinato do advogado.

À imprensa, Abdon  já havia  informado que a vítima era muito famosa em Arenápolis e tinha “muitos inimigos”. Contudo, Polícia Civil informou que até o momento não há informação de quem seja o executor ou tampouco o mandante do homicídio.

O delegado ainda afastou a possibilidade, neste primeiro momento, de que o crime teria sido encomendado pela ex-mulher, mas lembrou  que estão abertos alguns inquéritos instaurados que são desfavoráveis ao advogado. O profissional morto já foi preso inclusive por Maria da Penha por ter agredido a ex-esposa.

CONVERSAS VAZADAS 

Conversas anexadas em manifestação enviada à Justiça em março de 2023 revelam que a ex teria supostamente enganado a polícia. Em um dos trechos, a mulher teria dito que passava até maquiagem roxa no rosto e “e falo pra polícia que estou sendo humilhada e agredida, nem vem! Amo essa Lei Maria da Penha e é boa q só serve para nós mulheres”, escreveu a mulher em uma conversa com o advogado morto.

Em seguida, ela dispara: “Eu já enganei a polícia uma vez, fui besta de tirar a queixa…vc né advogado o melhor o bonzão??? Poderia ter deixado vc ser mais constrangido como da outra vez até os pneus do carro perdeu lá na festa de Marilândia”, completou. Em outro trecho, Hur-Carlos enviou mensagem à mulher dizendo que ameaça é crime.

Em resposta, ela afirma que não era se tratava de ameaça, mas mesmo assim encaminhou mensagem dizendo ‘meu pai te mata. A vai ficar só comigo e ponto final acabou!”, escreveu.  A mulher ainda escreveu mensagem orientando o advogado a não ver a filha do ex-casal.

“Insiste pra ver **a Doutor Hur-Carlosssss que eu vou na delegacia outra vez e peço protetiva. Tenho uma marca no braço daquele dia q cai andando a cavalo posso bem dizer q foi vc q me bateu kkkkk”, escreveu ela.

Em outro trecho, ela admite. Nunca me agrediu mesmo mas vou entrar na modinha de novo pela segunda vez. Eu já disse Hur é muito fácil de eu te prejudicar que tem carreira de advogado pra zelar é vc”, escreveu.

Na sequência o advogado pergunta se alguma vez já agrediu a mulher física ou verbalmente. E ela responde: “Vc sabe q n Hur mas se quiser **a ou denunciar meu pai e meu irmão eu te processo sim! Nem q pra isso tenha q te colocar como o pior dos monstros. Da outra vez tirei a queixa no meu advogado qdo voltamos nas pra fazer outra denúncia n custa sou boa atriz vc sabe kkkk” (sic).

Depois, a mulher ainda disse que conhece alguém que trabalha no Conselho. “Eu mando ela me fazer uns documentos e juiz nenhum vai deixar vc ver a **A”, escreveu. Toda a conversa foi acrescenta em manifestação da defesa de Hur-Carlos. No documento, a defesa destaca que a conversa teria ocorrido dois dias após a denúncia da suposta agressão.

ENTENDA 

O advogado Hur-Calos Santos França, de 38 anos, foi assassinado com pelo menos oito tiros neste domingo (21), em Arenápolis (234 km de Cuiabá) numa residência localizada na Rua Presidente Costa e Silva. O jurista foi alvejado  no tórax, braço e carótida.

O autor do assassinato é um homem que ainda não foi identificado. Segundo boletim de ocorrência,  o suspeito do crime estava em uma motocicleta, quando atirou contra a vítima numa residência localizada na Rua Presidente Costa e Silva. O jurista foi alvejado no tórax, braço e carótida.

Populares encaminharam Hur-Calos para uma unidade de Pronto Atendimento, mas ele não resistiu aos graves ferimentos. Relatos nas redes sociais apontam que o advogado vinha sendo perseguido já algum tempo.

A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) emitiu nota lamentando o assassinato e cobrou  celeridade na apuração dos fatos. “Era muito atuante na 4ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), à qual Arenápolis faz parte. Deixa duas filhas e amigos enlutados.O caso está sendo apurado pela Polícia. A OAB-MT faz o devido acompanhamento, desde o registro da ocorrência, e requer celeridade na apuração dos fatos.A OAB-MT manifesta pesar e que todos os enlutados tenham forças para enfrentar o momento de dor e despedida”, diz a nota da instituição.

(Com VG Notícias)