Durante uma coletiva de imprensa realizada na tarde desta sexta-feira (23) no Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores, a deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, que parece viver em um mundo paralelo, comentou os investimentos realizados pelo partido no setor do agronegócio durante os governos petistas, especialmente entre os anos de 2002 e 2010.

Segundo a congressista, o agronegócio foi um dos setores mais privilegiados por esses investimentos, destacando a abertura do mercado internacional asiático para a exportação e a recuperação fiscal de dívidas.

Apesar da vitória expressiva do então presidente Jair Bolsonaro em Mato Grosso nas eleições presidenciais de 2022, com 65,08% dos votos, Gleisi lembrou que o estado já votou em Lula, elegendo-o em 2002 contra o então governador de São Paulo, José Serra. Apesar dela ressaltar que nenhum estado é “antipetista”, Mato Grosso mostrou-se contrário à eleição de Lula. Disse também que o bolsonarismo não é um impedimento para a realização de articulações políticas.

Em sua chegada à Cuiabá, Glesi sentiu a `falta de amor´ dos mato-grossenses sendo recepcionada apenas pelo presidente estadual do PT, o deputado Valdir Barranco, pela ex-deputada Rosa Neide e pouquíssimos simpatizantes.

Resistência do agronegócio

A deputada destacou a importância do Estado de Mato Grosso para o setor do agronegócio, sendo responsável por mais de 50% do PIB agrícola. Ela afirmou que o PT foi o partido que mais investiu no setor durante os mandatos de Lula e Dilma Rousseff, mencionando a recuperação de dívidas e a abertura do mercado asiático para a exportação de produtos agrícolas brasileiros.

Sobre a resistência de alguns produtores em relação a Lula e ao PT, Gleisi Hoffmann mencionou o apoio declarado do presidente da Aprosoja Brasil, Antonio Galvan, a Jair Bolsonaro, inclusive sua participação nos atos do dia 7 de setembro de 2022 que pediam um golpe militar. A deputada também mencionou produtores que teriam financiado os atos golpistas de 8 de janeiro deste ano em Brasília, nos primeiros dias do governo Lula.

Aprosoja

A presidente do PT ressaltou que a Aprosoja representa uma associação e não todos os produtores de milho e soja de Mato Grosso e do Brasil. Ela afirmou que as pessoas estão interessadas em vender, produzir e obter lucro, e não em disputas políticas e ideológicas que podem prejudicar o setor.

Debochada, Gleisi Hoffmann sugeriu que seria melhor para a Aprosoja abrir um partido político em vez de atrapalhar o setor agrícola.

Veja alguns motivos do agro não gostar Lula:

Lula ataca o agro novamente e Medeiros reage

Lula critica mais uma vez o agronegócio em pronunciamento sobre intervenção federal

‘O agronegócio é fascista e direitista’, diz Lula no JN