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Mercado financeiro estima rombo fiscal superior à projeção do governo
Por Revista Oeste
- Publicado em 01/01/2024
- 21:15
O mercado financeiro prevê um déficit no orçamento em 2024 superior à estimativa do governo Lula. A perspectiva do Ministério da Fazenda é de que o déficit primário chegue até 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
Mas, para instituições e órgãos as projeções do rombo fiscal variam de 0,7% a 1,1%, segundo reportagem do portal de notícias Poder360.
O governo estabeleceu meta fiscal zero, ou seja, o saldo entre as receitas e despesas, sem considerar gastos com juros da dívida, é zero.
Mas, para isso, será necessário uma arrecadação de R$ 168,5 bilhões a mais para alcançar a meta de 2024.
De acordo com as regras do arcabouço fiscal. o resultado primário das contas públicas terá um intervalo de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB para mais ou para menos.
Análise do mercado financeiro
Para a corretora Warren Investimentos, o governo deve arrecadar um terço dos R$ 168,5 bilhões necessários.
O economista-chefe da empresa, Felipe Salto, afirmou ao Poder360 que “mais importante do que a meta zero é o cumprimento do arcabouço, que introjetou uma espécie de plano B”.
Para ele, é possível não cumprir a meta “desde que mostre que fez todos os cortes possíveis no chamado contingenciamento e que o compromisso com a meta fiscal foi mantido”.
Nas avaliações de Bradesco, Itaú, Santander e XP, o déficit deverá chegar a 0,8% do PIB. Já para a LCA Consultores, a projeção de déficit é de 0,7%. Para o economista da empresa, Bráulio Borges, o governo deve arrecadar apenas R$ 80 bilhões dos R$ 168,5 bilhões necessários.
“Fica em aberto se o governo vai propor uma mudança da meta ou não para fugir dessa punição do não cumprimento da meta”, afirmou ao Poder360.
Outra instituição que prevê um déficit de 0,7% do PIB é a ASA Investiments. Segundo o economista da companhia, Jeferson Bittencourt, os avanços que o governo está conseguindo no Congresso em aprovar a pauta tributária para fechar o orçamento são mais importantes politicamente do que fiscalmente.
Ele destacou que a perspectiva de arrecadação é de R$ 40 bilhões ou R$ 50 bilhões, “mas há um volume muito maior de recursos no orçamento, cerca de R$ 130 bilhões, que precisa de muito mais segurança para que nos aproximemos de um resultado mais próximo de zero”.
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