Durante as viagens presidenciais de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao exterior em 2023, o Ministério das Relações Exteriores desembolsou uma quantia considerável, totalizando pelo menos R$ 65,9 milhões. 

Esses dados foram obtidos pelo portal de notícias Poder360 através de solicitações de Lei de Acesso e consultas no Portal da Transparência, revelando que o período total de ausência do Brasil foi de 62 dias ao longo do ano. 

Esta média sugere que cerca de R$ 1 milhão foi disponibilizado diariamente pelo Itamaraty para custear as viagens. É importante salientar que esses valores não se limitam aos gastos do presidente em si, mas incluem todas as despesas de suas comitivas, excluindo os custos dos voos providenciados pela Força Aérea Brasileira, os quais são mantidos em sigilo.

Dentre as 15 incursões internacionais realizadas em 2023, destaca-se como a mais dispendiosa aquela que conduziu o governo aos Estados Unidos e a Cuba em setembro, com um custo total de R$ 16,0 milhões para o ministério. Nessa ocasião, Lula participou da Assembleia da ONU em Nova York e da cúpula de líderes do G77+China em Havana, um grupo que reúne nações em desenvolvimento do Sul Global.

A segunda viagem mais onerosa totalizou R$ 9,1 milhões, abrangendo quatro países: Arábia Saudita, Qatar, Emirados Árabes e Alemanha. Essa comitiva esteve presente de 27 de novembro a 5 de dezembro. O pódio das três viagens mais dispendiosas é completado pela visita do governo brasileiro à China e aos Emirados Árabes em abril, com um custo de R$ 7,8 milhões.

As cifras foram fornecidas em dólar (US$) e euro (€) para algumas viagens na Europa, posteriormente convertidas para a cotação em real no último dia de estada do presidente no respectivo país, além de estarem corrigidas pela inflação. 

A hospedagem foi a maior despesa, totalizando R$ 27,8 milhões, representando 42,2% do montante total. Outros gastos significativos incluíram diárias de civis (R$ 6,0 milhões), diárias de militares (R$ 5,3 milhões) e contratação de intérpretes (R$ 1,4 milhão). Despesas menores, como aluguel de salas, coquetéis em embaixadas e aquisição de equipamentos de escritório, somaram R$ 7,6 milhões. 

Durante as viagens presidenciais ao exterior, um total de 254 civis foi beneficiado com diárias concedidas pelo Itamaraty, conforme indicado pelos dados disponíveis no Portal da Transparência. Estes registros revelam quais funcionários públicos foram os principais beneficiários desses recursos.

O top 5 inclui: Wagner Caetano Alves de Oliveira, secretário de Relações Político-Sociais da Presidência, com R$ 105 mil; Ricardo Stuckert, fotógrafo oficial, com R$ 98.870; Pedro Magalhães Roncisvalle, diretor de Segurança Imediata do presidente, com R$ 97.003; Claudio Adão dos Santos Souza, diretor do Departamento de Distribuição Audiovisual, com R$ 92.279; e Taynara Pretto Tenório da Cunha, assessora do Gabinete Pessoal do presidente da República, com R$ 92.279.

No que diz respeito aos militares, 234 deles receberam diárias do Itamaraty durante essas viagens. Entretanto, de acordo com os dados compilados sobre os integrantes do exército, um montante de R$ 290 mil não está vinculado a nenhum país em específico.

Lula x Bolsonaro

Lula, durante os primeiros anos de seu mandato, registrou despesas significativamente maiores em comparação com Bolsonaro. O Ministério das Relações Exteriores desembolsou um total de R$ 65,9 milhões para as incursões internacionais do petista, enquanto as despesas correspondentes ao ex-presidente somaram R$ 38,8 milhões.