Recusar o uso do fundão eleitoral nas eleições de hoje é uma decisão que coloca qualquer candidato em desvantagem significativa. Em um ambiente eleitoral onde a disputa é cada vez mais acirrada, os recursos financeiros são essenciais para garantir a visibilidade e o alcance de uma campanha. O fundão eleitoral oferece aos candidatos um suporte financeiro crucial para a contratação de profissionais, divulgação de materiais, produção de conteúdos e realização de eventos, que são fundamentais para conquistar o eleitorado. Sem esses recursos, a campanha fica limitada, perdendo espaço para os concorrentes.

A comparação é simples: é como entrar em uma guerra utilizando apenas um estilingue, enquanto os adversários estão armados com o que há de mais moderno. Os candidatos que optam por não usar o fundo enfrentam enormes dificuldades em competir com aqueles que têm acesso a recursos que lhes permitem investir em propaganda, marketing digital, e contratação de equipes especializadas. Em um cenário onde a comunicação com o eleitor é feita principalmente por meio de mídias sociais e televisivas, não ter verba suficiente para garantir essa presença pode ser fatal para uma campanha.

Além disso, o fundão eleitoral busca justamente equilibrar a disputa, garantindo que os candidatos, independentemente de seu poder econômico ou apoio privado, tenham condições mínimas de fazer uma campanha competitiva. Abrir mão desse financiamento, enquanto os demais utilizam, coloca o candidato em uma situação de extrema vulnerabilidade, deixando-o sem as ferramentas necessárias para chegar até o eleitor de maneira eficiente. A falta de recursos também limita a capacidade de organizar eventos, viagens e ações de rua, que são vitais para criar uma conexão direta com os eleitores.

Por fim, mesmo que a rejeição ao fundão eleitoral possa ser vista como uma atitude ética ou moralmente superior por parte de alguns candidatos, na prática, ela compromete severamente as chances de sucesso na disputa. Os eleitores, em sua maioria, não irão perceber o sacrifício financeiro, mas sim a falta de presença e estrutura da campanha. Em um cenário onde a competição é marcada pelo uso intensivo de recursos, o candidato que renuncia ao fundo corre o risco de ser ofuscado, tornando-se irrelevante na corrida eleitoral.