Persona non grata em território israelense, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá que decidir, até a próxima quarta-feira (18), se aprova ou veta um projeto de lei que torna a data 12 de abril o dia de Celebração da Amizade Brasil-Israel.

A escolha é tida como um dilema, tendo em vista o mal-estar que circunda a relação entre o governo petista e o de Benjamin Netanyahu. Com frequência, Lula tem condenado as ações militares de Israel em Gaza, tal como fez também esta semana no tocante ao conflito do país com o Irã.

– O governo brasileiro expressa firme condenação e acompanha com forte preocupação a ofensiva aérea israelense lançada na última madrugada contra o Irã, em clara violação à soberania desse país e ao direito internacional. Os ataques ameaçam mergulhar toda a região em conflito de ampla dimensão, com elevado risco para a paz, a segurança e a economia mundial – disse o governo brasileiro esta semana.

Em relação ao conflito em Gaza, Lula já acusou, uma série de vezes, o governo israelense de promover um genocídio na região e também comparou as ações de Netanyahu com o holocausto judeu na Segunda Guerra Mundial.

Ainda não se sabe qual decisão o chefe de Estado brasileiro irá tomar sobre o dia de Celebração da Amizade Brasil-Israel. Segundo a Secretaria de Comunicação da Presidência da República disse ao portal G1, a “manifestação do governo será divulgada dentro do prazo previsto em lei para sanção/veto (todo ou parcial)”.

Vale lembrar que há 12 anos, a até então presidente Dilma Rousseff vetou a proposta original, de autoria do senador Marcelo Crivella. O texto escolhia o dia 29 de novembro para a efeméride, mas a petista apontou que esse já é o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo da Palestina, estabelecido pela ONU (Assembleia Geral das Nações Unidades).