A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) repercutiu imediatamente nos Estados Unidos e elevou a tensão diplomática entre os dois países.

Na noite de quarta-feira (11), Jason Miller, conselheiro sênior do presidente Donald Trump, publicou fotos ao lado de integrantes da família Bolsonaro e prometeu responsabilizar os ministros do Supremo que votaram pela condenação. “Os juízes fraudulentos que perpetram essa guerra jurídica contra Jair Bolsonaro e o povo do Brasil serão lembrados e responsabilizados por suas ações antidemocráticas todos os dias, pelo resto de suas vidas miseráveis”, escreveu em uma postagem na rede social X.

A reação foi endossada pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que classificou a decisão como “perseguição política” e alertou para possíveis retaliações contra o Brasil. “As perseguições políticas do violador de direitos humanos sancionado Alexandre de Moraes continuam. Ele e outros ministros do STF decidiram injustamente prender Bolsonaro. Os Estados Unidos responderão adequadamente a essa caça às bruxas”, disse Rubio, sem detalhar as medidas em estudo.

A condenação de Bolsonaro já havia sido usada anteriormente pelo governo Trump como justificativa para ações comerciais. Em agosto, Washington impôs uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos EUA, medida atribuída ao julgamento do ex-presidente.

Além disso, ministros do STF já são alvo de sanções aplicadas pelos EUA, como suspensão de vistos. No caso de Alexandre de Moraes, a restrição foi ampliada com base na Lei Magnitsky, que impede acesso a serviços financeiros de empresas norte-americanas.

As declarações ampliam o desgaste nas relações bilaterais em um momento em que a diplomacia brasileira tenta conter os efeitos econômicos das medidas impostas por Washington.