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IMPORTANTE AQUISIÇÃO
Botuverá, de Rondonópolis, compra a Valloura Agroinovação
Por Globo Rural
- Publicado em 15/01/2024
- 20:20
O Grupo Botuverá, de Rondonópolis (MT), que atua nos ramos de transportes e agronegócio, comprou 51% da conterrânea Valloura Agroinovação, produtora de fertilizantes especiais criada em 2019. As empresas não informaram o valor do negócio, concluído em dezembro, mas disseram que a Valloura destinará os recursos quase integralmente a investimentos para expandir a produção de adubos organominerais e a presença comercial da companhia em outros Estados do país.
A expectativa da nova controladora é que a Valloura alcance faturamento de R$ 60 milhões já em 2024. Em cinco anos, o alvo é chegar a R$ 500 milhões de receita com a venda dos insumos em Mato Grosso, Goiás e Rondônia, onde a empresa já atua, e chegar também a Mato Grosso do Sul.
Para isso, a Botuverá espera investir de R$ 25 milhões a R$ 30 milhões nos próximos três anos para concluir uma fábrica de fertilizantes especiais em Rondonópolis — a Valloura já deu início às obras — e construir uma planta para mistura de calcário na região médio-norte de Mato Grosso. A ideia é que a unidade fique próxima das minas do mineral e também do centro de consumo desses produtos.
Adelino Bissoni, CEO da Botuverá, afirmou que a aquisição se encaixa no perfil de diversificação de atividades do grupo e que houve “sinergia” no negócio. “A clientela vai ser praticamente a mesma. Vamos agregar o nosso conhecimento de mercado e a nossa governança na administração, que são áreas deficitárias atualmente na Valloura”, disse. Um dos desafios, afirma ele, será o marketing dos produtos.
O investimento na área de fertilizantes especiais é estratégico para o grupo e reflete uma análise interna da companhia sobre as perspectivas de crescimento desse mercado, que tem atraído as gigantes globais de insumos cada vez mais. “É um mercado imenso. As grandes multinacionais de insumos estão botando o pé nisso porque o segmento realmente tem potencial”, avalia.
Segundo Rodrigo Santos, CEO da RSA Capital, que intermediou o acordo, a negociação foi fechada na modalidade “cash in”, em que se direciona o recurso da aquisição para investimento na própria empresa. “Esse é um segmento que cresce muito e tem apelo ambiental, mas a Valloura estava com dificuldade de gestão, governança e logística”, afirmou ele. “Essa mercado tem margem grande e potencial de crescimento enorme”.
A equipe técnica de pesquisa e desenvolvimento da Valloura será mantida. A empresa tem em seu portfólio a exclusividade para comercialização de formulações de marcas globais de produtos para nutrição e fisiologia vegetal, itens que complementam os adubos tradicionais nas lavouras. “Esse movimento é estratégico para sermos referência em inovação no segmento de insumos agrícolas de alta performance”, disse Thiago Abreu, CEO da Valloura.
O Grupo Botuverá tem 35 mil hectares de cultivo de soja e milho em Mato Grosso, além de 20 mil cabeças de gado e uma área de reflorestamento. A companhia faturou R$ 811 milhões no intervalo de 12 meses entre setembro de 2022 e agosto de 2023.
A transportadora, que tem 300 conjuntos, com capacidade de 50 toneladas cada, respondeu pela maior parte (R$ 505 milhões). Em 2023, os caminhões transportaram 1 milhão de toneladas de produtos. A empresa também contrata terceiros para realizar fretes para o agro local.
A compra da Valloura é mais um dos passos de expansão da Botuverá, que nasceu há quase 50 anos em Brusque (SC) e está sediada em Rondonópolis há 38. Com a chegada das ferrovias a Mato Grosso, o grupo ajustou parte dos conjuntos para transportar contêineres, e, mais recentemente, adaptou a frota para escoar etanol de milho, DDG e cavacos de madeira, material que as usinas aproveitam como fonte de energia. Com isso, os negócios da transportadora cresceram 30% nos últimos três anos.
“Se já fazemos isso tudo, podemos fazer mais alguma coisa. Temos uma estrutura sólida de governança preparada para continuar”, diz Adelino Bissoni. Com balanço auditado pela KPMG e conselho de administração, a Botuverá captou R$ 80 milhões em 2023 com um Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA).
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