A Comissão Especial de Investigação (CEI) instaurada pela Câmara Municipal de Rondonópolis para apurar a situação financeira da Santa Casa entrou oficialmente em sua fase final. Os vereadores Renan Dourado, Vinícius Amoroso (relator) e Ibrahim Zaher (presidente) detalharam, em coletiva de imprensa, na tarde desta segunda-feira (8), os principais avanços, esclarecimentos e encaminhamentos após quase nove meses de trabalho.

Criada em março, a CEI teve como objetivo levantar informações sobre a real situação administrativa e financeira da instituição. De acordo com o presidente da CEI, Ibrahim Zaher, o prazo inicial de 180 dias precisou ser prorrogado, já que o levantamento envolveu documentos e contratos referentes aos últimos seis anos de gestão.

“Era inicialmente por 180 dias, nós precisamos prorrogar esse prazo, até porque nós estávamos fazendo um levantamento de mais de seis anos de funcionamento para ter uma noção daquilo que aconteceu nesses últimos anos. A Santa Casa teve um agravamento da sua dívida financeira nos últimos dois anos, chegando nesse déficit hoje que passa dos 110 milhões de reais. Então essa é uma preocupação nossa e vejo que a CEI precisou ser prorrogada justamente para fazer uma apuração que traga de fato ao final dela um bom resultado para a Santa Casa, para o município, para a cidade de Rondonopolis,” explicou Ibrahim Zaher.

O relator, vereador Vinícius Amoroso, afirmou que os trabalhos desde março já resultaram em ações práticas dentro da Santa Casa, antes mesmo da finalização do relatório.

“Já entregamos o relatório à revisora. Desde o início, buscamos soluções. Estimamos que aproximadamente R$ 10 milhões em economia foram alcançados nesse período. Três cargos foram extintos, vários contratos de consultoria e suporte foram distratados e há uma reestruturação de gestão em andamento,” explicou Amoroso.

PRÓXIMOS PASSOS
Zaher reforçou que a CEI é uma comissão investigativa, não processante, e que o trabalho final será encaminhado para órgãos competentes.

“Não cabe à CEI punir. Nosso papel é investigar e encaminhar aos órgãos como Ministério Público, Tribunal de Contas e secretarias de saúde tudo aquilo que precisar de aprofundamento,” explicou Zaher.

Amoroso informou que o relatório final deve ser apresentado e votado no dia 17 de dezembro, última sessão ordinária do ano.

“Nosso relatório servirá como subsídio para órgãos de controle fiscalizarem, abrirem procedimentos ou solicitarem novas adequações. Não é nosso papel punir, mas sim indicar os caminhos para que a instituição se ajuste e ofereça melhorias à população,” concluiu.

A CEI realizou diversas oitivas com ex-diretores, sócios de empresas terceirizadas (CBS) e outras testemunhas, além de analisar relatórios financeiros detalhados.