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Crise na Saúde de Cuiabá: Déficit de R$ 20 milhões por mês ameaça serviços essenciais

A Saúde de Cuiabá enfrenta um rombo mensal de R$ 20 milhões, impactando gravemente o funcionamento dos serviços, especialmente na Empresa Cuiabana de Saúde, que opera com mais de R$ 10 milhões de déficit. A informação foi dada pelo promotor de Justiça Milton Mattos da Silveira Neto, responsável pelo monitoramento do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a Prefeitura e o Ministério Público após a intervenção realizada pelo Estado no ano passado.

Durante uma reunião mediada pelo desembargador Orlando Perri, que contou com a presença de gestores atuais e futuros de Cuiabá e Várzea Grande, o promotor relatou as dificuldades enfrentadas pelas empresas responsáveis pela saúde no município. Segundo ele, a Empresa Cuiabana, que administra o Hospital São Benedito e o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), opera com um orçamento muito abaixo do necessário.

“O contrato prevê R$ 18 milhões para a operação, mas o custo mensal chega a R$ 30 milhões. Isso gera uma série de problemas, como falta de medicamentos, atrasos no pagamento de prestadores de serviços e dificuldades para honrar o 13º salário”, explicou Milton.



Para o promotor, a situação é insustentável e exige uma solução imediata. Ele destacou que, sem recursos suficientes, a nova gestão precisará tomar decisões drásticas, como enxugar ou até fechar serviços. “Faltam R$ 20 milhões todo mês na Secretaria para fechar as contas. Ou o município busca novos recursos, aumenta impostos ou recebe ajuda maior do Estado, porque assim não vai dar mais”, alertou.

Uma audiência envolvendo o atual prefeito Emanuel Pinheiro, o prefeito eleito Abilio Brunini, representantes do Ministério Público e gestores será solicitada ao Procurador-Geral de Justiça, Deosdete Cruz Junior, para discutir alternativas.

Milton ressaltou que a prioridade é evitar o colapso nos serviços no momento de transição de gestão. “Não podemos deixar que medicamentos faltem, contratos sejam encerrados ou serviços essenciais parem. Estamos monitorando e passando todas as informações para a equipe do Abilio. Agora, é preciso colocar um plano concreto, porque as promessas não resolvem a crise”, finalizou o promotor.

A crise na saúde de Cuiabá reforça a urgência de ações coordenadas para garantir que a população não sofra ainda mais com a precariedade dos serviços.

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