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Farmácia foi usada para lavar cerca de R$ 9 milhões para facção em dois anos

Por RGT News

As investigações da Polícia Civil de Mato Grosso, que embasaram a Operação Follow the Money 2 para descapitalizar uma facção criminosa que age em Sinop, apontaram que uma farmácia usada na lavagem de dinheiro do tráfico de drogas movimentou R$ 9 milhões em um período de dois anos. 

A operação foi deflagrada nesta terça-feira (10.12), pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Sinop, responsável pela investigação. É um desdobramento da primeira fase, de março deste ano. 

A análise financeira apontou que a farmácia, localizada em Cuiabá, movimentou a quantia milionária entre os anos de 2022 e 2024. Conforme a investigação, os valores de entrada e saída de capital eram semelhantes, o que evidencia a lavagem de capitais, sendo o estabelecimento usado para dissimular as transações ilegais obtidas com o tráfico de entorpecentes em Sinop. 



Localizada no bairro Tijucal, em Cuiabá, a farmácia teve as atividades suspensas por decisão judicial durante a primeira fase da operação. Os medicamentos apreendidos, avaliados em 190 mil reais, foram doados à Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá. 

Nesta segunda fase da Operação Follow the Money, a proprietária da farmácia foi presa por decisão da 5ª Vara Criminal de Sinop. Ela também foi alvo da primeira fase, mas estava em liberdade provisória. 

O irmão e a cunhada do líder da facção criminosa que atua em Sinop, que está preso em uma penitenciária estadual, também foram presos na segunda fase da Operação Follow the Money. O casal recebia ordem de dentro da unidade prisional e fazia negócios, como compra de imóveis, em nome deles e de ‘laranjas,’ para obter lucro e dar aparência de licitude aos valores arrecadados com o tráfico. 

Onze imóveis adquiridos com a lavagem de dinheiro foram alvos de sequestro nesta segunda fase. Entre eles, estão um conjunto de quitinetes, casas em construção e uma chácara à beira de um rio, localizados no município de Sinop; e outros dois em Altamira, no Pará. Além dos imóveis, houve o sequestro de veículos e cota social de uma empresa. Os 20 mandados foram cumpridos em Sinop, Cuiabá e Altamira (PA).

1ª fase 

O delegado Victor Hugo Caetano, da Derf de Sinop, explicou que as investigações se desenvolveram a partir da apreensão de um carregamento com 400 tabletes de maconha há dois anos.

Com a apreensão da droga, a Polícia Civil revelou um esquema de lavagem de dinheiro sustentado a partir do tráfico de drogas em Sinop, com a existência de empresas fantasmas e também de empresas reais, dando aparência legal ao capital ilícito.

Os valores movimentados eram destinados também a manter a ostentação de familiares de líderes de uma facção criminosa.

Na primeira fase da operação foram bloqueadas 17 contas bancárias e sequestrados sete veículos, entre carros de passeio, camionete, picape e motocicletas, além do fechamento da farmácia em Cuiabá.

Saiba mais

2ª faseSegunda fase de operação cumpre 20 mandados judiciais contra núcleo financeiro do tráfico em Sinop 

Bens usados na lavagem de dinheiro do tráfico e sequestrados em operação são avaliados em R$ 10 milhões

1ª faseOperação da Polícia Civil cumpre 136 ordens judiciais e mira envolvidos na lavagem de capitais do tráfico em Sinop

Operação apreendeu R$ 190 mil em medicamentos de farmácia usada em lavagem de dinheiro do tráfico

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