Depois de matar a servidora pública Lailse Monique da Silva Carmo, de 33 anos, com quatro tiros, o eletricista Pedro Vicente Neves, de 37, usou o Whatsapp para confessar o crime. Através das mensagens temporárias que ficam disponíveis aos contatos durante 24 horas, ele afirmou: “eu matei meu amor da minha vida”. 

De acordo com o delegado Marlon Luz, reponsável pelo inquérito, a servidora pública havia terminado o namoro há dois meses. Desde que decidiu pelo fim do relacionamento, as ameaças e perseguições do eletricista se tornaram frequentes. 

Na madrugada do crime, que aconteceu por volta de 4h, Pedro teria ficado sabendo que Lailse estava beijando outra pessoa na festa. Em mensagens que ele enviou para a vítima antes do feminicídio, ele insistia para que os dois saíssem para jantar naquele dia. 



Marlon ainda investiga se, no dia do crime, o eletricista estava seguindo a ex-namorada. A mulher já teria sido vítima de outras agressões durante o relacionamento com Pedro. 

“Ouvimos outras pessoas sobre esse fato, eles afirmaram que a vítima não denunciou para não prejudicá-lo, principalmente na esfera do trabalho dele. Nos dois meses de término, se encontraram algumas vezes de forma pontual, mas ela decidiu terminar mesmo, foi a partir dessa rejeição que ele acabou praticando o crime”. 

Suspeito tentou se matar duas vezes 

Após atirar quatro vezes contra a ex-namorada, que foi atingida no rosto, tórax e duas vezes no abdômem, conforme análise preliminar da perícia, Pedro tentou se matar duas vezes. 

Na primeira tentativa, ele estava em casa com o revólver usado para matar Lailse quando percebeu a presença da Polícia Militar no local. O eletricista ameaçou que iria tirar a própria vida e os policias precisaram negociar para que ele se entregasse.

Quando já estava detido, Pedro ainda tentou se enforcar com a cueca que estava usando. De acordo com o delegado, o suspeitou demonstrou indiferença pela vida da ex-namorada durante interrogatório e chegou a afirmar: “agora que fiz, vou pagar”. 

“No início estava um pouco transtornado, chorando bastante. Em seguida, no interrogatório, usou o direito de ficar em silêncio. Naquele momento, notamos uma certa indiferença, não demonstrava remorso, achamos um pouco frio”. 

O delegado ainda não sabe precisar o tempo que Lailse e Pedro namoravam. As informações são de que o eletricista teria outros relacionamentos além do namoro que mantinha com a servidora pública.

Ela deixou três filhos, mas nenhum deles era fruto do relacionamento com Pedro. O suspeito vai responder por homicídio com qualificadora em feminicídio. 

O prefeito de Poconé, Atail Marques do Amaral, lamentou a morte da servidora. 

“Lailse, prestou os seus serviços no Departamento Municipal de Recursos Humanos e Departamento Municipal de Tributos, sempre de forma muito exemplar, onde conquistou o carinho, respeito e admiração de todos que estavam em sua volta”.