O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) decidiu suspender o registro profissional de Fernando Veríssimo de Carvalho, condenado pelo feminicídio da namorada grávida, Beatriz Nuala Soares Milano, em novembro de 2018. O médico foi condenado a 31 anos e 4 meses de prisão em regime fechado por homicídio qualificado e aborto sem consentimento. Beatriz estava grávida de quatro meses quando foi brutalmente assassinada em Rondonópolis.

A suspensão foi aprovada por unanimidade nesta terça-feira (8), e o médico, que atualmente cumpre pena na Penitenciária da Mata Grande, estava com seu registro regular desde agosto de 2023. O CRM-MT considerou que os crimes cometidos por Fernando Veríssimo representam uma ameaça grave à integridade da profissão médica, levando à aplicação de uma interdição cautelar com base no art. 30 do Código de Processo Ético-Profissional.

A partir de agora, o médico só terá o registro definitivamente suspenso após o Conselho Federal de Medicina referendar a decisão. Enquanto isso, ele permanece impedido de exercer qualquer atividade médica.

Em agosto deste ano, a Justiça de Mato Grosso já havia revogado uma autorização de trabalho externo concedida ao condenado, após o Ministério Público revelar que Fernando realizou 33 saídas não autorizadas da Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis (Coder), onde atuava na área de medicina. Deslocamentos irregulares também foram detectados nos primeiros meses deste ano, evidenciando a falta de controle sobre o detento.