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CONCLUSÃO DE INQUÉRITO

Morte cruel: jovem teve abdômen aberto ainda vivo por membros de facção em MT

Por Redação

Reprodução

A Polícia Civil concluiu o inquérito que investigou o assassinato do jovem Pedro Henrique Caetano dos Santos, de 20 anos, encontrado em um rio na cidade de Araputanga, no oeste do estado, e indiciou três adultos pelos crimes, além de três adolescentes que responderão a atos infracionais análogos.

Conforme o laudo de exame de necropsia da Politec entregue nesta terça-feira (14.06) à Delegacia de Araputanga, o jovem foi torturado e teve o abdômen aberto com uma faca, ainda vivo.

Os três adultos foram indiciados por cinco crimes – tortura, homicídio qualificado cometido por meio cruel e mediante emboscada; associação criminosa majorada pela participação de menor de idade; ocultação de cadáver e corrupção de menor. Os adolescentes responderão a atos infracionais por quatro crimes.



De acordo com o delegado que presidiu a investigação, Fabrício Henriques, a vítima foi cruelmente torturada antes de morrer, o que foi constatado nos exames periciais realizados que demonstraram 28 lesões no corpo de Pedro Henrique. “A vítima sofreu esganadura, teve lesões nas costas, mãos e fratura do nariz, além de outras regiões do corpo. Além disso, teve o abdômen aberto e o corpo foi jogado no Rio Bugre pelos indiciados para tentar ocultar o crime”, explicou.

Os três adultos investigados pelo assassinato tiveram as prisões preventivas representadas à Justiça após a conclusão do inquérito. As prisões foram deferidas na semana e todos seguem detidos na unidade prisional de Araputanga.

Dois adolescentes tiveram medidas cautelares impostas pelo poder Judiciário. Uma adolescente teve o mandado de internação decretado, mas está foragida. Ela é ex-namorada da vítima e foi apurado que teria simulado um encontro para atrair Pedro Henrique até a casa onde ele foi torturado por um grupo ligado a uma facção criminosa, antes de ser morto. Um dos envolvidos no crime é o atual namorado da adolescente.

Crimes

De acordo com a investigação conduzida pela Delegacia de Araputanga, o crime teria sido motivado em razão de um possível triângulo amoroso. Pedro Henrique Caetano teve um relacionamento afetivo com a garota de 14 anos e se separaram após um tempo.

A adolescente, por sua vez, iniciou novo relacionamento com um integrante de uma associação criminosa. A vítima fazia contatos frequentes, via aplicativo de mensagens, com a ex-namorada, o que teria despertado a fúria do atual namorado.

Pedro Henrique estava morando em Cáceres. O delegado Fabrício explica que a adolescente  teria convencido a vítima a ir até Araputanga. Ao chegar à cidade, ele foi recebido pela jovem, que havia combinado o encontro em uma casa no centro da cidade.

Depois de entrar na residência, Pedro Henrique foi emboscado pelo atual namorado da garota, que estava com outras pessoas no local. Na casa, ele teve mãos e pés amarrados e torturado durante um período, onde o grupo usou um cabo  elétrico para asfixiá-lo. Depois, quando acreditaram que a vítima já estivesse morta, um dos indiciados chamou uma pessoa para levar o corpo. O grupo enrolou o corpo da vítima em um edredom e colocaram no porta-malas, seguindo para o Rio Bugre. Um dos criminosos filmou a ação na beira do rio.

Buscas e prisões 

No dia 17 de maio, a Delegacia de Araputanga, com apoio das unidades da região, deflagrou a Operação Arapuca para cumprimento de mandados de buscas e prisões.

Durante a investigação, a Polícia Civil identificou o local onde teria ocorrido a tortura e execução de Pedro Henrique, uma casa no centro de Araputanga, assim como o carro que transportou o corpo, armas usadas no crime.

Foram apreendidos objetos pessoais e roupas da vítima, encontrados enterrados no fundo da casa onde Pedro foi emboscado.

O atual namorado da adolescente tinha sido preso anteriormente à operação Arapuca, em decorrência de outra investigação da Delegacia de Barra do Bugres por tentativa de homicídio naquela cidade, o que foi fundamental para esclarecer o crime cometido em Araputanga, quando então foi ouvido em interrogatório. “A Polícia Civil é uma só e trabalha em conjunto com todas as unidades. Este foi um exemplo de como as informações são compartilhadas em prol do combate ao crime”, reforçou o delegado Fabrício.

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