A Prefeitura de Alta Floresta afastou um professor da rede municipal de ensino após a denúncia de que ele utilizou um exemplo com conotação sexual em uma atividade de matemática aplicada a alunos de apenas 10 anos. O caso, revelado nesta terça-feira (5), causou indignação nas redes sociais e revolta de autoridades como a deputada estadual Janaina Riva (MDB), que classificou o episódio como “absurdo” e “violência contra as crianças”.

O problema surgiu quando o pai de uma das alunas divulgou o enunciado da atividade: “Se uma pessoa usa preservativo em 80% das relações sexuais e tem 10 relações por mês, quantas vezes ela usou preservativo?”.

Janaina criticou duramente a abordagem e afirmou que existem formas mais apropriadas de ensinar porcentagem a crianças, como o uso de exemplos envolvendo alimentos ou objetos do cotidiano. “Isso é inadmissível. Há maneiras adequadas para cada faixa etária. O que vimos aqui foi um verdadeiro atentado à infância”, disse.

Diante da repercussão, a Prefeitura convocou entrevista coletiva com a presença do prefeito Chico Gamba, do vice-prefeito e secretário de Governo, Robson Quintino, da secretária de Educação, Lucinéia Mazzoni, e do controlador interno do município, Herbert Vilarruel.

Durante a coletiva, a secretária de Educação afirmou que a atividade foi uma ação isolada e não representa a conduta da rede municipal. “Não está no planejamento da Secretaria nem no material didático. Foi uma produção individual de um único professor, e a abordagem foi extremamente infeliz”, afirmou Lucinéia.

Após a denúncia, a Secretaria de Educação enviou uma equipe à escola para apurar os fatos. A gestão escolar, a coordenação pedagógica e o professor responsável foram ouvidos, e o material foi encaminhado ao setor jurídico da Prefeitura. Como medida imediata, a gestão abriu um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para investigar a conduta do docente.

O prefeito Chico Gamba confirmou o afastamento do professor. “Infelizmente, essa conduta extrapola qualquer limite aceitável na educação. Já realizamos o afastamento e vamos seguir todos os trâmites legais para que medidas cabíveis sejam aplicadas”, afirmou.

Gamba reforçou o compromisso da gestão com a qualidade do ensino. “Sabemos que cada conteúdo precisa respeitar o estágio de desenvolvimento das crianças. O que aconteceu foi inadequado, e nossa resposta está sendo firme. Nossa prioridade é proteger os alunos”, concluiu.