O afastamento preventivo do secretário de Infraestrutura, Dhyogo Parreira Gonçalves, voltou a ser barrado na Câmara Municipal, frustrando mais uma vez os integrantes da Comissão Especial de Inquérito (CEI), conhecida como “CEI da Propina”. Vereadores da base aliada do prefeito Zé do Pátio impediram a votação, enfurecendo a oposição que tenta avançar na apuração das graves denúncias de propina que recaem sobre o secretário.

A CEI investiga supostos recebimentos de propina para aditivar contratos com empreiteiras responsáveis por obras no município, em um esquema que envolve diretamente Dhyogo, figura de confiança do prefeito. “Infelizmente, alguns vereadores não querem que a investigação continue”, desabafou o relator da CEI, vereador Guinancio (PSDB). Ele revelou ainda que, diante das manobras que impedem o andamento dos trabalhos, a comissão estuda encaminhar o caso ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e à Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), para que as denúncias sejam apuradas com maior profundidade.

Na sessão de ontem, o líder do prefeito, Reginaldo Santos (PSB), pediu vistas ao projeto, adiando a decisão por mais 15 dias. “Se estão dificultando nosso trabalho, vamos levar as informações ao Gaeco e GCCO”, reforçou Guinancio.

A vereadora Kalynka Meirelles (PL), uma das vozes mais críticas à administração de Pátio, classificou a situação como uma manobra vergonhosa. “O que vimos aqui foi uma tentativa clara de impedir o prosseguimento da CEI. Em qualquer lugar decente, a pessoa investigada é afastada automaticamente para que não interfira na apuração”, disparou Kalynka, em referência ao controle que Dhyogo exerce sobre fiscais de contratos e engenheiros. Ela ainda criticou o uso do regimento para solicitar vistas, uma medida que, embora legal, considera imoral e claramente planejada para travar o processo.

Na semana anterior, o pedido de urgência protocolado pela presidente da CEI a vereadora Kalynka Meirelles para a votação do afastamento de Dhyogo já havia sido derrubado, e ontem a história se repetiu, apenas 9 vereadores votaram favorável, Adonias Fernandes, Paulo Schuh, sub tenente Guinancio, Kalynka Meirelles, investigador Gerson, Dr José Felipe Horta, Cido Silva, Roni Magnani e Ozeas Reis, votaram
Contra Beto do Amendoim, Marildes Ferreira e Reginaldo Santos, os outros vereadores não
estavam no plenário e não votaram com isso a urgência foi reprovada.

Guinancio protocolou um novo requerimento de afastamento, desta vez baseado em novas denúncias sobre irregularidades nas obras da Educação, mas a resistência da base governista na Câmara Municipal continua forte. Apenas 10 vereadores permaneceram na sessão que foi encerrada por falta de quórum, expectativa agora é sobre o próximo passo da comissão da CEI que não descarta buscar apoio externo para garantir a continuidade das investigações.