Liderança do Comando Vermelho em Mato Grosso, José Elggy Alves da Siva, preso na Penitenciária Central do Estado (PCE) foi colocado em uma cela individual, após a Polícia Militar ter tomado conhecimento que ele estava dando ordens de “salves” de dentro da unidade prisional.
A decisão do dia 3 de fevereiro é assinada pelos juízes Geraldo Fidelis e Marcos Faleiros, da 2ª Vara Criminal de Cuiabá, atendendo parcilalmente um pedido do Ministério Público Estadual (MPE), que na verdade, pediu que o criminoso de alta periculosidade fosse transferido para um presídio federal, o que demandaria transferi-lo para outro Estado. Contudo, o pedido para transferência foi negado.
Um dos crimes, que “Mano Pretinho” como é conhecido, ordenou é para que os comparsas cortassem a língua de uma adolescente de 15 anos no início do ano. “Observa também que ele “utiliza-se de seus conhecimentos táticos, já que é exmilitar da Aeronáutica, inclusive com experiência militar internacional em missão da ONU, para ser executor dos desafetos da facção”, ressaltou o órgão ministerial.
Com a determinação, José Elggy que tem condenações que somam 20 anos de prisão, terá apenas visitas quinzenais, sendo duas pessoas por vez, sem contato físico a fim de impedir a passagem de objetos ilícitos. Ele também ficará apenas duas horas para tomar o “banho de sol”, em grupos de até quatro presos, desde que não sejam do mesmo grupo criminoso. Além disso as entrevistas sempre deverão ser monitoradas exceto aquelas com seu defensor, em instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de objetos. As correspondências serão fiscalizadas e a participação de audiências somente por videoconferências.
“Diante do exposto, por maioria, acolhemos em parte o pedido deduzido pelo Ministério Público, para determinar a imposição do Regime Disciplinar Diferenciado, pelo prazo de 01 (um) ano, a contar da data da inserção, em sua modalidade cautelar”, diz trecho da decisão.
O criminoso foi preso por participação em diversos “salves” e reconhecido em vários vídeos que mostram diversas execuções, na região de Campo Novo do Parecis (396 km de Cuiabá). Em dois vídeos curtos, a vítima é espancada por José Elgy Alves Silva e seus comparsas. O motivo do “salve” ainda não confirmado pelas autoridades. Em outro vídeo, Elggy diz que mostrará a vítima “como é o boxe de cadeia”. Em seguida, parte para cima do rapaz. A vítima tentar se defender dos socos e chutes, mas não revida as agressões.
Na época de sua prisão, o delegado Adil Pinheiro relatou que o detento possui perfil psicológico diferente. “não mostra arrependimento (inclusive comenta que as vítimas imploravam pela vida) e nenhuma preocupação em ir pra cadeia. Na verdade se vangloriava das mortes em grupos nas redes sociais (Whatsapp) com outros integrantes de facção criminosa”, disse.
LÍNGUA CORTADA
A garota de 15 anos teve a língua cortada por membros da facção Comando Vermelho em janeiro deste ano, após ser identificada como namorada de um membro de uma facção rival denominada PCC. O caso foi registrado em Tangará da Serra (239 km a Noroeste de Cuiabá).
Pelo crime foram presos quatro supeitos: Paulo Henrique, de 25 anos, Juliano Cesar dos Santos, de 20 anos, e Brenno Lucas Matos Sheffer, de 22 anos e um adolescente de 17 anos. De acordo com o boletim de ocorrência, cinco homens chegaram ao local, dois homens ficaram dentro do carro gol de cor branca e três invadiram a casa onde a adolescente vive com a mãe, sendo que um deles estava armado.
Os integrantes da facção questionam a menor, se o namorado dela seria de facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que é rival ao Comando Vermelho. A garota disse desconhecer a informação e negou qualquer ligação do namorado com a facção.
Na sequência, um dos faccionados fez uma ligação e disse para a adolescente que ela teria de escolher entre perder a língua ou ser morta. Ela escolheu perder a língua e então os bandidos cortaram um pedaço da língua da menor e também levaram o telefone celular dela.
