O presidente do MDB de Mato Grosso, ex-deputado federal Carlos Bezerra, voltou ao cenário político de olho em eleger o maior número de prefeitos nas eleições deste ano. O cacique do MDB, que não conseguiu se reeleger deputado federal em 2022, foi protagonista de um evento recente de seu partido, em Rondonópolis, e ao lado do afilhado político e pré-candidato a prefeito, Thiago Silva (MDB), garantiu que fará parte da futura gestão do aliado, demonstrando confiança na vitória no pleito de outubro.

O ex-deputado federal, que enxerga em Thiago o perfil ideal para seguir seu legado – voltado à bandeira de um ‘Estado Forte’, opositor ao princípio da liberdade econômica – discursou relembrando que o partido nunca deixou de estar próximo das tomadas de decisão da cidade, sendo base de apoio a todos os prefeitos da história recente, inclusive o atual, Zé do Pátio (PSB), que conta com respaldo dos vereadores do MDB.

Para o futuro, o veterano cravou a previsão de oito anos de Thiago na prefeitura, garantindo que ele também fará parte do comando da cidade. “O MDB aqui sempre governou para a maioria, por isso nós estamos sempre unidos e vamos continuar agora com Thiago Silva na prefeitura. Vai ser prefeito eleito e reeleito e eu vou estar aqui, ao lado de vocês”, cravou o líder emedebista. 

A presença de Bezerra, na campanha e na eventual administração, como o próprio anunciou, faz cair por terra o discurso que Thiago tentava emplacar de ser um ‘candidato de direita’, visando atrair para seu projeto eleitores deste espectro político. 

A fala do presidente do MDB, reiterando a presença do partido sempre próximo dos atos políticos dos últimos anos, também retira do pré-candidato a condição de se apresentar como renovação, dando ao mesmo a condição apenas de uma outra opção dentro do mesmo grupo que atualmente já detém o poder.

Outro reduto que Bezerra afasta Thiago é o bolsonarista, muito presente no meio cristão. O veterano é um crítico ácido do movimento político que tem o ex-presidente como líder e já disse publicamente que Bolsonaro tem ‘distúrbio mental’. Ele ainda chamou bolsonaristas de ‘eunucos, que não sabem onde começou e onde termina a coisa (referindo-se à política)’ e desdenhou politicamente da força do maior nome da direita ao dizer, em 2022, que ele não tinha mais forças de influenciar votos e que já estaria, em Mato Grosso, longe apenas ‘dois pontos percentuais de Lula (PT)’.

Poucos meses depois, Bolsonaro venceu o petista no estado, no segundo turno, com mais de 65% dos votos válidos, enquanto Lula marcou pouco mais de 34% apoios nas urnas.