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Bolsonaro diz não ter mágoa de Malafaia: “Ele ligou a ‘metralhad0ra’, mas isso passa”
- Publicado em 09/10/2024
- 17:38
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (8) que não guarda ressentimentos do pastor Silas Malafaia, após o líder religioso o criticar duramente em entrevista à Folha de S.Paulo. Malafaia, uma das figuras mais influentes no meio evangélico e tradicionalmente um aliado de Bolsonaro, surpreendeu ao chamar o ex-presidente de “covarde”, “omisso” e uma “porcaria de líder” por sua postura durante o primeiro turno das eleições municipais de 2024.
Apesar das palavras duras, Bolsonaro minimizou o atrito e buscou apaziguar a situação. “Eu amo o Malafaia. Ninguém critica mulher feia. Ele ligou a metralhadora, mas isso passa”, disse Bolsonaro em entrevista ao jornal O Globo, demonstrando que prefere evitar um confronto prolongado com o pastor. O ex-presidente também ressaltou a importância da união das frentes conservadoras para garantir a vitória de Ricardo Nunes (MDB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo contra Guilherme Boulos (PSOL), evitando divisões que poderiam enfraquecer a direita.
Malafaia surpreende a direita com críticas
As críticas de Malafaia foram um choque para muitos da base bolsonarista, acostumados a vê-lo como um dos principais defensores de Bolsonaro. Em suas declarações, o pastor foi contundente ao questionar a liderança do ex-presidente, afirmando que Bolsonaro agiu de forma dúbia ao não se posicionar com firmeza nas eleições municipais de São Paulo e Curitiba, onde candidatos apoiados pelo PL estão concorrendo.
“Bolsonaro foi covarde, omisso. Para ficar bem sabe com quem? Com seguidores. Que político é esse, meu Deus?”, disse Malafaia à jornalista Mônica Bergamo. Ele também criticou a falta de direção clara de Bolsonaro no apoio a Ricardo Nunes e Eduardo Pimentel (PSD), candidatos à reeleição em São Paulo e Curitiba, respectivamente, e que têm apoio formal do PL.
O pastor insistiu que um verdadeiro líder deve ser firme em suas posições e dar uma direção clara aos seus apoiadores. “Que líder é esse? Sinal dúbio para o povo? Líder toma frente, líder dá a direção”, disparou Malafaia, em uma crítica que ecoou amplamente no meio político e religioso.
Repercussões e clima de tensão
As críticas de Malafaia geraram reações imediatas no campo da direita. Fábio Wajngarten, ex-secretário de comunicação de Bolsonaro, foi um dos primeiros a sair em defesa do ex-presidente, enquanto o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também buscou apaziguar a situação, pedindo união entre as lideranças conservadoras.
Embora o clima entre Bolsonaro e Malafaia pareça tenso, a expectativa é que o foco nas eleições de 2024 leve ambos a evitar um rompimento definitivo, com Bolsonaro buscando manter a coesão entre os aliados de direita. A postura conciliadora do ex-presidente, ao afirmar que as críticas “passam”, sugere uma tentativa de preservar sua base de apoio, especialmente entre os evangélicos, grupo no qual Malafaia tem forte influência.
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