O silêncio coloca em evidência aquilo que a esquerda tenta esconder: coerência nunca entrou na pauta. A defesa ou o ataque depende apenas de quem assina o ato.

O decreto de Lula que barra o uso de linguagem neutra na comunicação oficial da União levantou um detalhe incômodo para a militância progressista: o silêncio total. Durante anos, personalidades da esquerda, influenciadores, parlamentares e até a própria primeira-dama Janja defenderam “todes”, “elu” e outras variações como suposto avanço social. Criticavam qualquer político de direita que cobrasse o respeito às normas cultas do português e taxavam essa cobrança de “intolerância”.

Agora, com Lula assinando um decreto que impede exatamente aquilo que a esquerda dizia defender, ninguém abre a boca. Não surgem notas de repúdio, discursos inflamados ou threads nas redes sociais. Nada. Esse sumiço mostra um padrão: a militância escolhe alvo, não causa. Quando o tema rende palanque contra a direita, criam tempestade. Quando o autor da medida está no próprio campo político, desaparecem.

O decreto acompanha o projeto debatido desde 2019 na Câmara, criado por Erika Kokay (PT) com o argumento de “comunicação simples”. Uma emenda do deputado Junio Amaral (PL-MG) incluiu a proibição de termos como “todes” e “elu”. A proposta busca uma comunicação pública clara, objetiva e acessível, alinhada às regras da língua portuguesa.

O silêncio coloca em evidência aquilo que a esquerda tenta esconder: coerência nunca entrou na pauta. A defesa ou o ataque depende apenas de quem assina o ato. Quando a direita cobra respeito à norma culta, a militância grita. Quando Lula entrega o mesmo entendimento, todos se calam.