O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista Paulo Figueiredo, interlocutores da oposição com o governo dos EUA, enxergaram no aceno de Donald Trump a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante discurso na Assembleia Geral da ONU nesta terça (23), uma jogada estratégica por parte do presidente americano. Trump disse que houve uma “química” com o mandatário brasileiro nos corredores da organização e anunciou um encontro entre eles na próxima semana.

“Tivemos uma boa conversa, ele pareceu um bom homem. Na verdade, gostaria de conhecê-lo. Eu só faço negócios com pessoas de quem gosto”, declarou Trump.

Eduardo Bolsonaro disse que, “para quem conhece as estratégias de negociação de Donald Trump”, a abertura para aproximação não foi uma surpresa. “Ele fez exatamente o que sempre praticou: elevou a tensão, aplicou a pressão e, em seguida, reposicionou-se com ainda mais força à mesa de negociações”, concluiu.

Para Eduardo Bolsonaro, a fala do republicano pode reabrir caminho para a anistia ampla no Brasil. “O Brasil precisa dos EUA, reconheça isto ou não. Entende porque confiamos na anistia ampla, geral e irrestrita?”, questionou em sua conta no X.

Já Paulo Figueiredo interpretou o elogio como uma maneira de colocar Lula em uma posição complicada, encurralado pela obrigação de se encontrar com Trump e a necessidade de voltar com alguma vitória diplomática. “(Lula) terá que encontrar Trump. Tem a obrigação de voltar com alguma vitória. (…) Lula termina o dia de hoje em uma posição política infinitamente pior do que começou”, analisou.