A Operação Sepulcro Caiado, deflagrada pela Polícia Civil nesta quarta-feira (30), revelou um esquema criminoso milionário que envolve advogados, empresários e até servidores do Judiciário de Mato Grosso. O principal operador do esquema, segundo apontamentos da investigação, é o atual gerente regional da Agência Nacional de Mineração (ANM) em Mato Grosso, João Gustavo Ricci Volpato, nomeado em abril deste ano pelo presidente Lula (PT), após indicação do deputado federal Emanuelzinho (MDB) e aval do ministro Carlos Fávaro (PSD).

As informações foram inicialmente divulgadas pelo site FolhaMax, que detalhou a conexão política por trás da nomeação. João Gustavo, que não possui formação ou experiência reconhecida no setor mineral, é ex-secretário de Habitação da gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro, pai de Emanuelzinho, em Cuiabá. Ele assumiu o cargo na ANM em substituição a Levi Saliés Filho.

De acordo com as investigações, o grupo criminoso desviou mais de R$ 21 milhões por meio de depósitos judiciais falsos. A organização forjava ações judiciais, criava documentos ideologicamente falsos e realizava pagamentos inexistentes para desviar recursos do sistema de justiça.

Além de João Gustavo, outros integrantes da família Ricci Volpato foram alvos da operação, incluindo Luiza Rios Ricci Volpato e Augusto Frederico Ricci Volpato, todos presos e com bens bloqueados por determinação judicial. A Polícia Civil os aponta como sócios de empresas utilizadas para lavagem de dinheiro oriundo do esquema.

Ainda segundo o FolhaMax, Julia Maria Assis Asckar Volpato, esposa de Augusto e herdeira do cartório do 6º Ofício de Cuiabá, também recebeu a visita da Polícia Civil em sua residência. Há indícios robustos de que sua conta bancária foi utilizada para ocultação de valores ilícitos, com movimentações diretas que somam R$ 132.725,00 entre 2021 e 2023, oriundas do próprio marido.