A postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva rendeu críticas por parte do jornal O Estado de S. Paulo (Estadão). Nesta segunda-feira, 30, a publicação usou termos como “irresponsabilidade e “desserviço ao país” para se referir ao petista.

A crítica do Estadão em relação a Lula consta em editorial. Trata-se, a saber, de texto que representa a opinião institucional por parte de uma empresa de comunicação — no caso, o jornal sob controle da família Mesquita.

O editorial desta segunda-feira aborda uma recente declaração do presidente da República. Na última semana, Lula sinalizou a possibilidade de não cumprir a meta de déficit zero nas contas públicas na esfera federal em 2024. O veículo de comunicação definiu a declaração como “surto de sinceridade”.

“Quando os economistas demonstram ceticismo em relação ao déficit zero, cumprem sua obrigação de alertar a sociedade quanto à solidez das contas públicas”, afirma a equipe do Estadão. “Quando a oposição ironiza o compromisso, faz o jogo político que dela se espera. Quando o Congresso resiste à meta, tenta ampliar seu acesso ao Orçamento. Quando o presidente da República em pessoa menospreza a meta anunciada pelo seu próprio ministro da Fazenda, está sendo apenas irresponsável.”

Lula demonstra “irresponsabilidade”, presta “desserviço ao país” e desautoriza ministro da Fazenda, avalia Estadão

Em outro trecho do editorial desta segunda-feira, o Estadão afirma que não buscar o cumprimento de déficit zero representará, sobretudo, ausência de investimentos em ações e programas que poderiam ser direcionados a pessoas mais pobres. Além disso, o jornal, que usou as palavras “desserviço ao país” e “irresponsabilidade”, cita que o presidente acabou por desautorizar publicamente o ministro da Fazenda, o petista Fernando Haddad.

“O ministro Haddad sai derrotado do episódio e sem qualquer moral para cobrar alguma austeridade da Câmara e do Senado”, afirma o jornal paulistano. “Quem realmente perde, no entanto, é o país, sobretudo os mais pobres, que Lula diz defender.”