João Paulo Rodrigues, Coordenador Nacional do Movimento Sem-Terra (MST), expressou insatisfação com a falta de reuniões diretas com o atual ocupante da presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para o “comando político” do grupo invasor, apesar de enaltecer a atuação dos ministros do petista. As declarações foram feitas em entrevista ao site Poder360, na quinta-feira (4).

O coordenador do MST, por outro lado, destacou a disposição dos ministros do “primeiro escalão” do governo em atender às demandas do movimento terrorista. Ele não citou nomes, contudo. “Nós não temos o que reclamar dos ministros. O nosso problema é uma reunião de comando político, quando junta mais de um ministro, com o presidente Lula, para tratar dos assuntos do país e da reforma agrária“, disse Rodrigues.

Rodrigues argumentou que Lula precisa reformular a abordagem em relação ao MST em 2024, especialmente por ser um ano eleitoral. Mesmo com a crítica de “pouca atenção” por parte de Lula, 2023 foi um ano consideravelmente radical para o MST, que fez a festa com suas hordas de invasores.

Clamando pelo financiamento e presença do petista, ele lembrou que os movimentos sociais possuem uma influência significativa nos municípios e são considerados “essenciais” para a próxima campanha eleitoral. “Isso quem comanda é o partido, não é necessariamente o governo. Mas eu imagino que o PT e o governo devem fazer a conta”, afirmou.

Não é a primeira vez que as críticas acontecem: a queixa do coordenador segue na mesma linha das críticas feitas ao longo do ano passado, quando o líder do MST, João Pedro Stédile, já havia mencionado que o governo Lula estava sendo “muito lento” e “medroso” na implementação das promessas de campanha no campo social.

Segundo ele, o governo estava acusando também o movimento de invadir terras, embora os militantes da esquerda prefiram usar o termo “ocupação” em vez de “invasão“ para se referirem aos atos do MST, o que é ridículo.

Mas o MST não é o único: outras organizações historicamente ligadas ao PT demonstraram insatisfação em relação ao Lula no primeiro ano de seu mandato. Representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), da Central de Movimentos Populares, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), entre outros, afirmam que Lula agiu com muita indiferença.