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Maduro corta energia da embaixada da Argentina no país; a residência serve de asilo para opositores da ditadura

Por Brasil Sem Medo

“A Argentina, ancorada o artigo 22 da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, apresentou líderes políticos de oposição em sua Residência Oficial da Embaixada em Caracas, oferecendo-lhes proteção”, diz trecho do documento. 

O governo argentino divulgou um comunicado oficial nesta terça-feira (26) acusando o regime venezuelano de cortar propositalmente a energia de sua embaixada no país. Através de sua conta no X, a Oficina del Presidente (Gabinete Presidencial Argentino) confirmou que a residência serve também de asilo político para opositores venezuelanos da ditadura chavista. O texto ainda exorta “o socialista Maduro a garantir a segurança e o bem-estar do povo venezuelano, bem como convocar eleições transparentes, livres, democráticas e competitivas, sem proibições de qualquer tipo”.

De acordo com o portal Infobae, cinco dissidentes do regime venezuelano estariam asilados na embaixada da Argentina em Caracas. São eles: Pedro Urruchurtu; Magalli Meda, chefe de campanha de María Corina Machado; Humberto Villalobos; Claudia Macero; e Omar González. Todos os opositores foram condenados por Nicolás Maduro por supostamente terem conspirado contra a ditadura chavista.



O comunicado ainda ressalta a “vocação história de fomento e salvaguarda dos direitos humanos fundamentais” da Argentina. O governo destaca que “a Argentina, ancorada o artigo 22 da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, apresentou líderes políticos de oposição em sua Residência Oficial da Embaixada em Caracas, oferecendo-lhes proteção”.

“A República Argentina manifesta sua preocupação pelo incidente ocorrido ontem, que resultou na interrupção do fornecimento de energia elétrica na residência oficial em Caracas, e alerta ao governo da Venezuela sobre qualquer ação deliberada que coloque em risco a segurança do pessoal diplomático argentino e venezuelano sob proteção, lembrando a obrigação do Estado de salvaguardar as instalações da missão diplomática contra intrusões ou danos e preservar a tranquilidade e dignidade da mesma”, diz trecho do comunicado.

No começo deste mês, a polícia chilena confirmou o assassinato de Ronald Ojeda Moreno, ex-militar venezuelano, opositor de Maduro, que estava exilado no Chile. O corpo de Ojeda Moreno, de 32 anos, foi encontrado em um acampamento irregular conhecido como “Tomada Haitiana”, localizado na comuna de Maipú. Ele estava em uma estrutura de cimento, dentro de uma mala. Um adolescente venezuelano de 17 anos, em situação migratória irregular, foi detido, enquanto outros dois envolvidos no sequestro estão foragidos.

A polícia revelou que a morte de Ojeda Moreno foi encomendada pelo regime de Nicolás Maduro, no contexto do aumento da repressão em 2024, durante o ano de eleições na Venezuela. Guillermo Pérez, sociólogo venezuelano, afirmou que o incidente não teve grande repercussão na Venezuela, mas disseminou o medo entre ex-militares dissidentes do chavismo que buscaram refúgio em outros países, incluindo o Brasil.

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