Para Medeiros, o Congresso não pode seguir inerte enquanto Lula e Moraes empurram o Brasil para o buraco

O deputado federal José Medeiros (PL-MT) está entre os parlamentares que participam da obstrução total das votações no Congresso Nacional, iniciada nesta terça-feira (5), como forma de protesto. O movimento, articulado por deputados federais e senadores da oposição, cobra a pauta da anistia aos manifestantes do 8 de Janeiro e o andamento do pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Medeiros afirma que, diante da omissão dos presidentes da Câmara e do Senado, não restou outra alternativa senão paralisar os trabalhos legislativos. Ele também criticou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, por não pautar o pedido de impeachment de Moraes.

“Estamos bastante unidos, bastante coesos, Câmara e Senado no mesmo propósito. A nós não restou mais nada. Davi alega que não tem voto, mas, a meu ver, ele deveria pautar e deixar o resto com a gente, para correr atrás dos votos. A responsabilidade agora é dele”, afirmou.

Para Medeiros, o avanço das ações do ministro Alexandre de Moraes representa uma ruptura com o devido processo legal e aproxima o Brasil de regimes autoritários.

“Já não temos muita diferença da Venezuela. Lá também se vota, também se fala em democracia, mas o jogo é controlado por cima. Aqui, o STF deixa a gente votar, deixa latir, e depois muda tudo lá dentro”, comparou.

O deputado destacou que a manifestação tem apoio crescente de parlamentares, inclusive de centro, e revelou que faltam apenas quatro assinaturas para que o processo de impeachment do ministro possa ser formalmente aberto no Senado.

“Nunca estivemos tão próximos. Estamos vendo senadores assinando que antes nem cogitavam isso. Há ventos diferentes soprando”, disse.

Medeiros também responsabilizou o presidente Lula pelo chamado “tarifaço” dos Estados Unidos contra o Brasil, e afirmou que há um alinhamento entre o chefe do Executivo e Alexandre de Moraes para alimentar o clima de confronto institucional.

“O Lula quer usar essa crise como palanque eleitoral. O ministro Alexandre, por outro lado, estica a corda a cada dia. Estamos tentando convencer os líderes de que o Brasil não pode continuar refém desses dois”, declarou.

Em tom de alerta, o parlamentar reforçou que a obstrução seguirá até que o Congresso se posicione com firmeza.

“Nós dependemos dos presidentes que pautam, dos líderes. E estamos tentando convencê-los de que o momento exige uma resposta. O Brasil precisa dar um gesto para o mundo, especialmente aos Estados Unidos, mostrando que ainda há normalidade jurídica e democrática por aqui”, defendeu o parlamentar.