Nesta sexta-feira (22), o Supremo Tribunal Federal (STF) está programado para iniciar o julgamento da descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. A iniciativa partiu da presidente da Suprema Corte, Rosa Weber. A votação será conduzida de maneira virtual, excluindo transmissões ao vivo e discussões públicas sobre o tema, com previsão de encerramento até 29 de setembro.

Este julgamento é resultado de uma ação movida pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Atualmente, a legislação brasileira permite o aborto apenas em casos de risco de vida para a mãe, anencefalia fetal e violência sexual. Entretanto, a opinião pública sobre o assunto é dividida.

De acordo com a pesquisa intitulada “A Cara da Democracia,” realizada pelo Instituto de Democracia (IDDC-INCT) com 2.558 entrevistas presenciais em 167 municípios do Brasil entre 22 e 29 de agosto, 79% da população brasileira se opõe ao aborto intrauterino. A pesquisa apresenta uma margem de erro estimada em dois pontos percentuais e um índice de confiança de 95%.

Um dado interessante é que, mesmo entre os eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva, uma figura política associada à esquerda, a aversão às pautas ideológicas típicas da extrema-esquerda é evidente, com 77% dos petistas se opondo ao aborto. Já entre os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro, o percentual aumenta para 90%.