“Se eu chegar em casa de noite e contar 11 versões de onde eu estive para a minha mulher, eu duvido que eu entre em casa”. É a afirmação do jurista e professor André Marsiglia sobre a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), que contou com diversas versões diferentes. As declarações foram dadas na edição do Pleno Time desta quarta-feira (3).

Marsiglia questiona a legitimidade da delação do tenente-coronel, apontando-o como o maior trunfo do Supremo Tribunal Federal (STF) no que tange a ação penal que julga a suposta trama golpista.

– O Mauro Cid conta 11 versões do que aconteceu e continua entrando na casa do STF. Continua sendo relevante para o processo, continua ancorando e estruturando toda essa denúncia – disse o professor.

– Por que isso? É intuitivo…experimente contar 11 versões de um fato e veja o que vai acontecer na sua vida, mas no STF continua tudo igual – apontou.

E prosseguiu:

– Então parece que o STF depende do Mauro Cid para que esse processo siga adiante. E por que depende? Porque eles não têm mais nada, porque o Mauro Cid é a grande estrela desse processo.

Marsiglia defende que uma delação ou um delator deveria ser mais um pilar da acusação e não “O” pilar da acusação. Ou seja, foi dada à delação mais peso e relevância do que deveria.

– O Mauro Cid hoje é a única coisa que faz ou faria ficar de pé essa acusação. Se o Mauro Cid contar 25, 49 ou 500 versões ele vai precisar ficar nesse processo – analisou o especialista em liberdade de expressão.

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