Um caso digno de novela policial mobilizou equipes do Polícia Militar e do SAMU na madrugada deste domingo (25), no bairro Parque dos Lírios, em Rondonópolis. A ocorrência, inicialmente tratada como uma tentativa de homicídio, revelou um enredo de agressão mútua, uso de entorpecentes, ameaças e um relacionamento marcado por violência.

Os policiais foram chamados por volta da 01h25 para acompanhar um caso de esfaqueamento. Ao chegarem ao local, não encontraram nem a vítima e nem a suspeita. Informações colhidas no ponto da ocorrência indicavam que o homem ferido já havia sido socorrido por terceiros até a UPA.

Na unidade de saúde, o homem de 38 anos se limitou a informar o endereço onde a mulher de 21 anos poderia ser localizada. Com base na informação, a guarnição se deslocou até o local e encontrou a suspeita, que logo esclareceu os fatos — e o que parecia ser uma tentativa de homicídio ganhou contornos ainda mais complexos.

Segundo a mulher, os dois mantêm um relacionamento há cinco anos e, naquela noite, participaram de uma confraternização regada a bebidas alcoólicas. No entanto, ela afirmou que o companheiro também usou drogas e, já alterado, passou a agredi-la verbalmente, chamando-a de “vagabunda” diante dos presentes, acusando-a de ter gastado seu dinheiro — o que ela negou.

Ao retornarem para casa, a situação escalou. O homem começou a agredi-la fisicamente, puxando seus cabelos e jogando-a ao chão. Ambos entraram em luta corporal, com a mulher relatando hematomas na perna e na cabeça, além de ferimento em um dos dedos. Ela afirmou ter pedido diversas vezes para que ele parasse, especialmente porque a briga acontecia na frente da filha do casal, de apenas 1 ano e 5 meses.

Diante da agressividade do maníaco, a jovem se armou com uma faca de serra e desferiu golpes contra o companheiro, atingindo-o no braço, na perna e nas nádegas. Em seguida, acionou o SAMU e pediu ajuda a um casal de amigos, que chegou antes da ambulância e o levou até a UPA.

A equipe policial apreendeu a arma utilizada e conduziu os dois envolvidos até a 1ª Delegacia. Durante o interrogatório, o homem, já conhecido da polícia por roubo em 2015, recusou-se a colaborar e passou a insinuar ameaças veladas aos policiais, sugerindo que suas famílias poderiam sofrer consequências. Já a mulher, que usava tornozeleira eletrônica por envolvimento em estelionato neste ano, foi ouvida e entregue à autoridade policial.