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Membros de facção são indiciados por sequestro, tortura e morte de paulista em MT
Por RGT News
- Publicado em 10/07/2023
- 16:46
Onze membros de uma facção criminosa foram indiciados pela Polícia Civil pelos crimes de sequestro, tortura e assassinato de um jovem que estava em Mato Grosso a trabalho e foi brutalmente assassinado em abril, no município de Nova Ubiratã. Além desses crimes, o grupo também responderá por ocultação de cadáver e por integrar uma organização criminosa. Caso sejam condenados, os criminosos podem receber penas que variam de 36 a 95 anos de reclusão.
A investigação foi conduzida pela Delegacia de Nova Ubiratã, e a maioria dos envolvidos foi presa durante a Operação Procusto, cujo nome faz referência a um personagem da mitologia grega que representa o egoísmo humano em relação ao próximo e a relativização da vida humana.
Durante a operação, a Polícia Civil realizou o cumprimento de oito prisões preventivas de criminosos identificados como mandantes e executores do homicídio de Pablo Ronaldo Coelho, de 24 anos. Após a deflagração da Operação Procusto e a individualização das condutas dos envolvidos, novas informações levaram a mais três prisões, efetuadas na última sexta-feira (07/07).
Pablo estava em Nova Ubiratã a trabalho, acompanhado por um amigo. Ambos vieram do interior de São Paulo e foram sequestrados em um bar da cidade no dia 19 de abril. Levados para uma casa, eles sofreram diversas torturas durante a madrugada e, na manhã seguinte, foram levados para uma área de mata. Durante o trajeto, o amigo de Pablo conseguiu escapar do veículo dos criminosos e, mesmo ferido, procurou ajuda na polícia. Infelizmente, Pablo foi executado, teve membros decepados e seu corpo foi ocultado em uma região de mata. Após 42 dias de busca, o corpo foi encontrado pela Polícia Civil.
Os crimes foram ordenados por A.A.L., que está detido na Penitenciária Central do Estado, e por outro detento que está na penitenciária de Várzea Grande. De dentro das unidades prisionais, eles recebiam informações dos demais membros da organização criminosa que estavam monitorando Pablo e seu amigo desde a chegada deles a Nova Ubiratã. De acordo com as informações reunidas no inquérito, o sequestro foi premeditado com o objetivo de torturar as vítimas para que confessassem fazer parte de uma facção criminosa rival.
Durante a execução dos crimes, o grupo se reportava ao criminoso preso na PCE, que coordenava tudo de dentro de sua cela na penitenciária e acompanhava todos os detalhes do crime, desde o sequestro até a morte, recebendo fotos das vítimas amarradas durante as sessões de tortura. Ele ordenou não apenas que arrancassem os dedos das vítimas, mas também que as executassem.
Indiciamentos
O delegado responsável pela investigação destaca que durante os cumprimentos dos mandados judiciais da operação foram apreendidos telefones celulares, inclusive, dentro de unidades prisionais. As informações obtidas estão em fase de extração de dados e uma nova investigação será instaurada a fim de esclarecer outros delitos, caso sejam descobertos indícios.
Um dos mandados cumpridos na semana passada, na Penitenciária Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande, foi na cela de um dos presos identificados, posteriormente à operação, como um dos mentores da empreitada criminosa que resultou no assassinato de Pablo Ronaldo.
E.G.M.M. estava preso por outra operação e ordenou de dentro do presídio a extorsão mediante sequestro contra uma vítima da cidade de Sorriso. A investigação apurou que ele ordenou, financiou e coordenou os crimes cometidos contra Pablo e seu amigo. Depois, recebeu o vídeo sobre a execução de Pablo Ronaldo Coelho dos Santos e o enviou a outro criminoso do grupo.
No total, dos 11 mandados de prisão oriundos da investigação sobre a morte de Pablo Ronaldo, dez deles foram cumpridos. A Polícia Civil continua em busca da foragida Hisla Bruna Santana Sampaio, identificada como a responsável pelo controle financeiro do tráfico de drogas na cidade de Nova Ubiratã.
Todos os 11 criminosos identificados na investigação foram indiciados pela Polícia Civil pelos crimes de: integrar organização criminosa, homicídio qualificado consumado, homicídio qualificado tentado, ocultação de cadáver, tortura majorada e sequestro. O inquérito foi remetido à Justiça na semana passada.
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